17 de junho de 2009

A pintura é poesia sem palavras.

Eu lapido as pedras como se lapidasse as minhas feridas meu álbum decorativo moldado com esmero e imperfeições perfeitas; pintura retorcida de imagens toscas e de cores à-toa; trago na alma a fogueira onde aquecem-se os excluídos; minha alma arde de febre e fome queria apenas um grito desumano; e não falo em nome da besta que habita dentro de mim e me possue por inteira que olha-me com seu olho vingador alerta e sempre a espreita; não falo em versos ou prosa danem-se as cominações certinhas; escrevo por que penso sem pontuação; hoje eu acordei um bicho de mil cabeças; enrolada aos sonhos com arames retorcidos pendurados ornando-me ate o pescoço; faço parte de um cenário tosco; lúgubre; austero; frio e completamente insalubre; tomem meu sangue cálice ardente; pois nele encontras minhas únicas riquezas e minhas únicas palavras recitada pra uma parede em preto e branco; sem saber pra onde olhar a vida é uma grande sombra sem sol...

Céu

17/06/2009

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