3 de julho de 2010


Como uma escultura vejo outro(s) ser(es) que  vi nascer em mim!



 ...Sou a passagem por entre todas as passagens secretas nos abismos dos dias, singular amiúda o remo e a espada com total destreza, eu rumo em busca das palavras esbarro-me com o som reflexo dos ecos trazidos das colinas saem da minha boca (uni)celular universal repleta de sensores sensíveis ate a luz que ainda vai raiar,  sou  cheia de defeitos e qualidades...
...sou absolutamente humana!







MARIASCÉUS(EM)SÓIS

Chamam-meCéusSóis(e)Marias,
Não sou os futuros nem presentes prometidos
Quem sabe apenas na imaginação de um poeta prosador
Que de longe mora entre alvoradas e crepúsculos

Aninha-me em seus versos assombradado a risonha seresta
Em todos os lados esquerdos deste pomar cheio de peras
Apetece-me orgulhos

Saraivadas de aplausos mudos Onde o rei reinventa-me em véus e cores
Certas vaidades confesso que senti
Fui urgida pelos sonhos soletrados em re maior
Musicas que um dia deram-me vida

Rosto
Adivinham a minha vida sem demora
Daquilo que me dizes
Em verso
Em prosa
Meu poeta sonhador
Hoje o meu diário amanheceu cheio de letra
De cores
E um coro de mil vozes soletravam um nome
Chamam-me em prece
Peço um milagre
Abençôo a mão que me escreve
Marias(e)Sóis-no-Céus são os meus nomes
Ou assim chamam-me
Páginas limpa
Brancas
Em prece madre mia
Em um confessionário um padre pecador
Sou céusmarias(em)sóis acariciada de segredos
Envolta de sóis, céus e languidas marias
Minhas meias estão curtas
Meus vestidos são rodados démodés
Encontro-me inventada pelas letras soletradas
Em devaneios
Um rosto que conheço e nunca vi
Inventam-me coberta de brumas
De ostras algas marejando em ma(r)(dre-pérolas
Acariciada em teus versos
Todos em prosa
(Só)isMarias(nos)Céus

Céu
03/07/2010

23 de junho de 2010


Tem dias que acordamos e tudo caminha pra dançar moonwalk do caminhos pra frente, nada, são dois passos um passo pra frente, sobram três pra trás, ai termino admitindo ele era genial, pois nem assim consigo parar, entendo-me entro e danço, ate não poder mais, retiro no suor todas as impurezas residuais e ajoelho em uma nuvem e danço no espaço em uma linha imaginaria, saio em busca de outros astros, estou fazendo um streep tease na minha alma, quem sabe agora alguém não nota-me...
... enfim!




TUDO EM MIM É UM ASSOVIO DESAFINADO
Tudo em mim,
É um assovio desafinado,
Tudo caminha em desalinho,
A margem dos rios,
Das ruas,
Vivo nos limites,
Do medo,
Do amor,
Da espera,
Em canaviais,
Em campo aberto,
Onde retiro o trigo,
Planto olho,
Canto aquela musica triste,
Oh! vento traga-me o som das harpas,
Mato o tempo,
Afogo todos os desejos,
Naquele rio onde nadava feita Sereia há tanto tempo,
Curvo-me diante do esplendor da mata,

 Sou a águia que sobrevive ao sol,
Meu coração é um príncipe que abdicou do trono
Como ousas pedir-mes paciência,
Meu corpo esta com fome,
Meu coração bombeia agitado um sangue quente em burburinho,
Minhas artérias pulsam,
Meus pensamentos estão cheios de raios,
Relâmpagos explodem desvairados,
Aqui dentro de mim,
A paz
É só um pensamento
Tem fome
É voraz,
É veneno...
Céu
24/06/2010

17 de junho de 2010

Às vezes procuramos nos lagares mais improváveis uma palavra, um abraço, um motivo pra estar aqui...


Ando catando nos céus sinais de mirras,
Estrelas bíblicas esquecidas entre cigarros e um gole de vermute seco,
Não há palavras,
As folhas já não caem,
O outono dos meus sentimentos chega ao fim,
Olho as páginas amareladas o tempo passa até para si mesmo,
Não há nem palavras ou lágrimas, ou há?
Seguro a mão que se ergue na clara fonte contra o rio,
A mão que espia o gesto, para no ar não ergue-se não espalha,
Não quebra o espelho, porque você com que perversidade cega entrou aqui,
E nem pediu licença, tenho medo do seu medo.
Talvez a dor um dia a diminua, não sei se há mágoa no lago,
Escorrendo para o rio,
Se há silêncios ocos atravessando a mata,
Correndo atrás dos edifícios,
E minha cidade, ainda dorme silenciosa e indiferente,
A s palavras não as escrevi hoje,
O beijo não deu, os olhos fecharam exaustos,
O silêncio é (i) mortal clara dor, claro silencio,
Sais e ponte,
Onde paraste nesta caminhada,
Ainda avistas caminhos, estradas,
Momentos há ser vividos,
Será que sobrou algo além dos nós,
Como correntes, alianças,
Versos, e não somente palavras vans,
Chamo as palavras elas não chegam estão nas sombras,
Na noite dormem...

Céu
17/06/2010

12 de junho de 2010


 

-"Até quando o coração pede mais que calma"-


As horas passam afiadas na fronteira do agora,
Gosta de cores,        
Camuflagens,        
Mascaras,    
Palavras doces,      
Doces venenos,
...mortais, certeiras como flechas silvando ao vento,    Que podemos fazer com tantos movimentos,    
Onde agitam-se o nosso consciente ambíguo,      
Inútil ficar, inútil chorar a dor alcança,      
Ela é democrática, feroz e voraz,

Como uma tridade, Jesus, Maria, José...  

Céu
   
(De)LÍRIOS
As horas passam afiadas na fronteira do agora,     
Todos os dias,     
O amor se veste dos sonhos,     
Suspiros e olhares,     
Todas as horas,     
O amor sai do abrigo e mostra a cara a mundo,    
Sai desnudando véus,   
Abrindo portas,    
Destemperando paladares prontos, 
E provoca uma inundação de novos sabores, 
Abre as tigelas,    
Sacode a porta,       
E entra deixa-se  inalar...       
Que não daria os desavisados pra não sair desde estado,  
De embriagues,  
Destas sensações únicas,    
De um novo olhar como se ouvisse a nona sintonia, 
E voltasse arrebatado,   
De tantos sentimentos,  
Que tento dizer aos olhares,  
Tanto amor, 
Para o amor basta somente um pensamento,
Um toque,  
Uma sensação insaciável de paixão,  
Entra pelas veias, 
Altera a respiração,  
Acelera-se,  
Entra em todos os campos elétricos,   
Começa nos olhos, 
E termina na emoção, 
Tarda o dia, 
E,  
  Aproxima a noite, 
Quero banhar-te com o aroma dos lírios, em teus delírios...
Céu
12/06/2010

9 de junho de 2010


Todos os CREDOS
 
Todas as rezas
Todos os dias eu rezo,
Ajoelhada entre a hóstia, vinho e o pão,
Entre tantas rezas e credos imaterias...
Entre o pecado e o perdão,
São Cipriano,
São Bento,
Todo dia de casamento,
Ainda sou o general,
 Poeira,
Para todos,
Todo dia,    
É normal,
De janeiro a dezembro,
Chega de tanto tormento,
Pra chegar ao firmamento,
Toda gloria é marginal,
Todo domingo é dia de reza,
Fevereiros têm carnaval,
Poeira,
Lá na terra é natural,
Faz tudo igual,
Em dias de casamento,
Para ser mais um na escala dos gerais.

Céu
09/06/2010