17 de junho de 2010

Às vezes procuramos nos lagares mais improváveis uma palavra, um abraço, um motivo pra estar aqui...


Ando catando nos céus sinais de mirras,
Estrelas bíblicas esquecidas entre cigarros e um gole de vermute seco,
Não há palavras,
As folhas já não caem,
O outono dos meus sentimentos chega ao fim,
Olho as páginas amareladas o tempo passa até para si mesmo,
Não há nem palavras ou lágrimas, ou há?
Seguro a mão que se ergue na clara fonte contra o rio,
A mão que espia o gesto, para no ar não ergue-se não espalha,
Não quebra o espelho, porque você com que perversidade cega entrou aqui,
E nem pediu licença, tenho medo do seu medo.
Talvez a dor um dia a diminua, não sei se há mágoa no lago,
Escorrendo para o rio,
Se há silêncios ocos atravessando a mata,
Correndo atrás dos edifícios,
E minha cidade, ainda dorme silenciosa e indiferente,
A s palavras não as escrevi hoje,
O beijo não deu, os olhos fecharam exaustos,
O silêncio é (i) mortal clara dor, claro silencio,
Sais e ponte,
Onde paraste nesta caminhada,
Ainda avistas caminhos, estradas,
Momentos há ser vividos,
Será que sobrou algo além dos nós,
Como correntes, alianças,
Versos, e não somente palavras vans,
Chamo as palavras elas não chegam estão nas sombras,
Na noite dormem...

Céu
17/06/2010

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