6 de maio de 2009

O SEGUNDO TEMPLO

Será que a minha cegueira infinitamente cega das buscas desenfreadas; sempre deixe-me afã; além do que foi dito; vou falar como se esculpisse as palavras; a solidão vou percorrê-la ate deixa exausta sem fôlego; abstrata; cada passo a desenharei dentro dos meus espaços completamente ocos e vazios; os meus erros no ponto desfeito; cruzei a linha da chegada e já estou de partida; na minha cegueira abriu-se um sol; introspectivo que ilumina o mundo que habita dentro de mim; o que as luzes mostram os olhos percebem que a luz fala; tem corpo; voz; e serve de bengala pras noites escuras; somos todos órfãos que perderam-se da barriga que nos pariu um dia e ficamos assim caminhando em busca do mundo...

De onde vêm as palavras; da boca ou da alma; de onde vem o medo; do som ou do escuro; do que se imagina ou do que se viu; o silencio tem um som próprio anestesiante; eu busco em mim um poema escondido; aquele que ainda não foi escrito; dito; pedido; ou sussurrado; o meu riso busca lágrimas; na clara escura noite que eu me perdi; não a verso sem letras; não existe poema vazio; não a vida sem poema; não a sangue em minha boca; existe um oco em todos os lugares desse cérebro brocado em coma; e ainda assim eu lavo as mãos...

Céu

05/05/2009

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