5 de maio de 2009

Vidas Divididas


Pega a minha mão; quero-o aqui na palma da minha mão; quero-te neste instante; sacrifica o dia; deixa rolar a noite; entra nas minhas fantasias; eu arranquei as palhas do meu berço onde adormecia tempos atrás; vem; segura aminha mão; eu te darei a noite e nas tuas mãos hábeis deixarei escorregá-las no meu corpo moldado a minha silueta; embriagando-se profano e ávido em meus desejos; vem; vem; segura as minhas mãos e entra nas trevas contidas na luxuria; enquanto escreve no meu corpo o teu desejo; as lezírias perfumadas de fumaças; entra com teus beijos fermentados de temor; sabores ociosos; segura o meu corpo e vem; senta-se a sombra da Jequitibá; vem pega a minha mão olha as estrelas elas acenderam; enquanto explodia em mim a vida vinda de ti; cegaste minha alma; provocando-me uma cegueira astuta vindas dos pirilampos adormecido; vem Da. a tua mão e deixa-me desaguar-me do mundo; vem vamos despertar na lua; desvendar seus mistérios; reverencia São Jorge meu guerreiro; e deixa-me roçar nas suas plumas e descansar o meu cansaço no teu corpo úmido de desejos; e quando acordar sentirei uma fisgada aguda e forte; como uma mordida de cobra; agulha rota; é o meu pulso que rasguei depois que olhei o sol ; a lua não desceu a terra e São Jorge nunca apareceu; continuamos divididos como o dia e a noite; a minha tristeza vem nas asas de uma águia a planar no meu infinito;o que é poesia sã!Essa lucidez da loucura os sentimentos em coma; com trauma; anestesiados; que vem do âmago abissal da alma e trás de enxurrada todas as vísceras corrompidas; irrompem as veias que irrigam o coração; e corre entre veias; artérias dando vida e luz na imensa escuridão que trava a boca; cega os olhos; provoca a surdez de todos os mortais; pobres e arrogantes sonhando com a imortalidade; somos o pó que as estrelas deixaram escapa é pra lá que voltaremos... um dia...

Céu

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