2 de novembro de 2009

ENSAIO SOBRE SEMEADORES



Fechei a porta
Desliguei as luzes
E ajoelhei-me pela primeira vez em prece
Senti que o mundo
Não é um um experimento humano
Não é olhando céu
Admirando as estrela
Sucumbindo-me diante da beleza do mar
Sentindo-me infinitamente pequena diante da grandiosidade da vida
Olhar o ínfimo interior e grande demais que habita dentro de mim
e saber que seu azul das águas é uma ilusão de óptica
Que minha alma tem cor
Que os meus olhos têm cores
Que dentro de mim mora um anjo
Que às vezes vira um demônio minha versão absoluta e abstrata do não sentir,
Que não esta nem para ai se os valores que espalharam pelos quatro cantos do mundo cada um de uma forma
E que na verdade não é valor, qualidade ou defeito é uma forma de ser
Às vezes difusa
Muitas vezes confusa
Mas absolutamente certa que o homem é o grão de mostarda mais fértil e criativo do mundo
O ser mais iluminado
E vejo-me reflectida na grandiosa criação universal
Somos a mais perfeita criação do universo,
E os mais cruéis predadores do universo.
E mesmo assim sua criação e glória
Seu trono, seu reino, sua casa, a mais perfeita arquitectura
Que poderia ser a mais fantástica e indestrutível morada, eterna e segura dos homens
Fechei à porta
Desliguei as luzes
Ajoelhada em preces escuto vozes, gritos, dores, tormentos
Medo,
Medo porque o homem é cruel e termina quando começa
E começa no que semeia que são suas sementes
Imortal e ferozmente cruel.
Nunca seremos o fim nem os começos...

Célia
01/11/2009

Um comentário:

Anônimo disse...
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