22 de fevereiro de 2010


ESCURIDÃO
 

Não acredito em mentiras piedosas,
Pois em muitos portos,
Em tantos caís perdidas feitas balas encontramos almas de todas as espécies,
E como é difícil,
Tirar cristo da cruz e salvar-nos de todos os pecados,
Como é difícil não ser a Odalisca,
A mais bela, a mais perversa,
A mais formosa,
Como é difícil esmagar flores,
Como é impiedoso nunca ter palavras nem as piedosas,
Pois todas elas ficaram esparramadas pelo chão,
Lindo seria ser tão diferente e ao mesmo tempo ser gente,
Seria mais natural, mais próximo do sossego;
Quem sabe!
Caminho pelas ruas e finjo que tenho pressa,
As pessoas olham-me e eu finjo que não as vejo,
Perambulando pelas ruas,
Não encontro nada, nem flores,
Nem caminhos, estradas,
Apenas rastros dos pedaços das almas perdidas,
Jogadas pelas estrelas que as desprezaram por não ter brilho.
Onde será que enterram as flores,
Os jardins, os bosques, as crianças,
Onde estão os seus risos,
Só vejo os riscos nos céus,
E não são das estrelas,
Elas há muito estão apagadas,
Como é difícil retirar os fantasmas de dentro de nós...
Céu
22/02/2010

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...
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