6 de março de 2010

ASTROLÁBIO


Não sou de falar do meu mundo eu o fiz particular, até porque,
Lá no fundo,
Não há apenas um mundo,
Há um mar um universo de mundos a espreitar-me por todos os lados.
É prudente, portanto, desconfiar das primeiras imagens que aparento sempre estar rindo,
Geralmente estou fundida,
Mas sorrindo nas paisagens, das minhas agonias,
Naqueles exatos momentos um FLACH,
E trago as imagens dos meus pensamentos,
A mais visceral e escura que o olho ver clara e brilhante.
Sou fotógrafa da minha alma,
Que adora catalogar caóticos momentos em flagrantes inesperados,
Fragmentados dos minutos que passo a buscar-me,
Olho-me e vejo-me no fundo dos meus olhos, real, exata, como um calculo, exata,
Irrevogável como uma sentença, sou a palavra que não escrevo,
A palavra que não digo, sou uma porção de seres,
Em mil momentos em mil momentos transformações e transmutações, que chora,
Sangra ate a última gota de sangue ate a ultima lágrima,
Ate não puder mais pronunciar nenhuma palavra,
Fazer nenhum movimento,
Ate que a morte quem sabe seja como uma pomba branca e venha-me a paz,
E meus olhos misturem-se entre azuis e verdes e neles percam-se para sempre.
E não quero que decorem o meu corpo,
Deixem que eu mesma planto as flores que carregarei pra entregar as estrelas.

Céu
06/03/2010

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