2 de fevereiro de 2009

FORÇAS DA NOITE Meu grito ecoa pelos ares animalesco rasgando-me a garganta a noite incauta;
Pela adaga afiada fria dos meus rancores mais fiado ainda transborda som que o silencio propicia-me;Havia no ar qualquer coisa que eu não conhecia;Talvez uma vaga e triste esperança; A sensação de algo que a qualquer momento poderia materializar-se;Talvez uma sutil e tal insinuação saindo das profundezas do meu subconsciente;Dessa vez sentia que era grande e desafiador;Parecia um risco luminoso que era tão indistinto quanto impronunciável;
A maior e mais completa abstrata, que aos poucos perdi a noção;O perigo espreitava-me silencioso e frio;Nas minhas veias o sangue paralisado;Estava no limite das minhas forças;
Meus cabelos embranqueceram qual tamanha agonia das últimas horas;E só o espelho dizia; era outra imagem em minha imagem que agonia;Senti na pele um leve tremor, anunciando que em breve eu perderia controle;Lembrei de tudo, da missa aos domingos, nas buscas adolescentes, nas decisões adultas e apelei a todos os ancestrais;Absorviam-me em água, suores, gota a gota era o final, estava congelada;Em minha volta um silencio apavorador quase sepulcral imobilizou-me;O meu grito contido; meu corpo congelado; aquele dor...Busquei ar; mas só encontro o manto escuro da noite sem lua e estrelas;Negritude, silêncio; frio; cheiro de morte;Meus pensamentos confusos buscam respostas como ousara eu sair naquela noite;E aquela dor pungente a martelar-me o peito;Descompassadas as batidas do meu coração já tão dilacerado;Que desritimado sofre a mais terrível das desilusões;Presto atenção no ritmo arrítmico, precisava urgentemente respirar;Tudo ao meu redor era maior e impossível encontrava-me em desproporcionada tensão doida a martelada;Vejo meu vulto projetado em uma sobra roubada por um momento de nuvens espaçadas;Senti seu cheiro de enxofre, poderia jurar se acreditasse no tão temível e desprezível Lúcifer;O que a imaginação não cria!Somos os seres mais complexos do universo ainda assim seres humanos;E todos têm nossas facetas obscuras que a custo suprimimos reprimido-as...Uma voz tênue chegava de longe sussurrada aos meus ouvidos;Meus olhos cegos nada podiam divisar sentia seu brilho apagando-se em meio a tanta escuridão; Em meio ao meu medo movido em desespero salto;Um salto brusco, medonho, perturbador; reconheço os vultos encapuçados;Seus gritos animais feras nascidas nas noites mais escura;Penso e delírio dentro dos meus pensamentos;E agarro a adaga fria minha raiva transborda em gotas frias;Faca afiada; debates cerrados meu ódio em mim adormecido acordava lascivo mortal!Adaga afiada... minhas mãos molhadas;meus olhos escuros;meu ódio;E só a noite abraça-me, tudo dói quando queremos libertar o espírito do peso físico que carregamos em plena consciência;Que eu berrei feita louca e liberte-me afinal...São difíceis de entender, algumas das complexidades de nos humano;Todos têm facetas obscuras que, a custo, conseguimos suprimi-las;Apenas quero o meu soturno despertar, sem pompas, sem luzes, sem ruas, casas, sem arvores, sem pássaros, sem nada...Apenas despertar...e tudo que vier depois que venha, pois nada mais importa! Só quero dormir, e quando acordar espero que essa nuvem tenha passado e que tudo tenha sido um terrível e mal pesadelo...se não socorro, parem esse bonde, pois estou cansada e não quero mais continuar...esse é o final da linha.


CÉU
01/02/2009

Um comentário:

Anônimo disse...

Fim da Linha...=/
Como almejo esse ponto final.Só que o tempo tem oferecido virgulas e a vida reticências...

Deixando meu carinho,sem ponto final e nem fim da linha,só pra você!!!

AMO-TE!!