22 de agosto de 2009

NO VALE DAS SOMBRAS (VI)

Como foi?

Acabamos a soberba, a arrogância que nos arranca às palavras, mas no viés das alergias nos entupimos de remédios, entorpecendo o corpo que briga feroz contra os ataques certeiros dos fungos, ácaro, e todos os seus descendentes.

E ai?

Acabamos a arrogância, a soberba, as alergias, todas entregues aos nossos novos colegas, insetos companheiros e ferozes comedores da carne podre, morta que a cada dia decompõem-se e orgânica vira adubo e sobrevivência pra insetos rasteiros, será esta a sobrevivência tão falada, nossa última morada e alimentos dos rastejantes antes tão desprezados, agora livres e fies moradores do que fomos um dia.

Quanto talento desperdiçado, quanta genialidade que ninguém viu, agora silenciados para sempre. Quantas vezes poderia ter dito tanto, mas agora nada mais é importante, nem os rascunhos e os livros amarelaram nas prateleiras das bibliotecas empanturradas de livros, será que temos essa conta, dos livros em desuso. Marcarei com uma fita vermelha e direi que a dor que dói nunca será única cura, é corte de faca, picada de agulha, e ate arranhões nos joelhos, vão-se os cortes ficam as marcas, símbolo da nossa frágil existência.

Céu

21/08/2009

Nenhum comentário: