10 de março de 2010

AINDA OLHO O TEU RETRATO

Não fui expulsa dos Jardins do Eden,
Mas, vivo aqui nesta vidinha à-toa,
Rosa clandestina da minha imaginação,
Ah! de que adianta tantas lutas inglórias,
Para onde vai tantos motivos reais e tão absolutos,
Levado pelo medo, e falta de consciência,
E sempre começa com uma serpente,
Razão inversa, no verso das leituras e quantos livros,
Quem comete pecados não é o mal, o que é o mal!
Mas sim os homens, reais!
Pra que transferir tantas culpas, como se fossemos ingênuos, puros,
Saber deste sentimento, vivê-lo assim discreto e tão distante,
Destes que ninguém sabe,
Porque condenar as almas humanas, e provocá-las aos medos,
Que importa o medo, se ao lado temos a Cruz,
Que importa a força, se a delicadeza é mais forte,
Qual explicação melhor e mais razoável e mística,
Porque escolher o mal, se podemos escolher o céu, as estrelas, o mar,
E a natureza e toda sua força,
Mas destruidora e vingativa, que qualquer profecia, mais cruel que sacrifícios,
Mas ardente que um vulcão em erupção queimando a terra, solo pátrio!
Quantas mãos terão que levantar-se e pedir perdão,
Ouvir sentir mesmo a distância,
Ah! Eu nunca abraço uma ilusão distante,
Para que invadir jardins secretos sozinha se sou sempre tão distraída,
E enfrentar a fúria Apocalíptica dos Deuses,
Chorar calada escondendo-me sempre pelos cantos,
Sempre deixando-me tristonha e tão descontente,
Nem por amor a ti e nem por qualquer pessoa,
Não deixarei que esta ventania e vendavais das saudades avance,
Sem pudor a porta do meu coração se fecha,
E eu, fico aqui fechada, a espera do Armagedon,
Não conto com os tormentos, não enfrentarei promotores celestiais em nome da fé!
Para que testar a fé e torturar, até o último pedaço de carne que cobre o próprio corpo,
Para que destruir prometendo-se construir,
Discreta sentindo que o amor é só uma ilusão barata e triste,
É dor faz murchar o riso,
É a escuridão que torna o meu corpo frio, mesmo que seja dia quente,
Qual Reino é Eminente resistirá às turbulências e mesmo assim sobreviveremos,
Se tantos sofrimentos ainda estão por vir, ainda não fomos punidos o bastante,
E identificamos pecados como justificativa até pra justificar o Rei deposto que está morto!
É covardia pensar que pode-se lutar contra o amor e ainda assim sair numa boa,
Ah! Quantas saudades e quantas ilusões vivemos nesta vidinha à toa.

CÉU
10/03/2010

Um comentário:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.