6 de abril de 2010

 IMAGENS OPOSTAS


Como seria a vida olhada por dentro, como se estivéssemos do outro lado do espelho, olhando aqui fora pelo mesmo olho, ver-se enroscada entre milhões de pessoas em busca da sua própria imagem, como tentar entender que esse ponto não fecha o parágrafo, como é difícil decifrar a palavra aberta, é mais fácil traduzir o que diz o mar tão belo quanto devastador, o vento tão doce quanto destruidor, predador, as arvores tão lindas quanto assustadoras às vezes ate parecem que deslizam-se devagar como se escorregasse sua sombras gigantescas, que os murmúrios vindos em busca da perfeição, não percebem que ficam mais distantes mais difíceis no topo das copas das arvores no mundo, do outro lado outro mundo mudo e neutro, do outro lado a multidão, a solidão, o esfregão, sabão detergente, passando na tua cara e sem puder piscar nem o olho, coçar a ponta do nariz, imagem inerte congelada, esperando a próxima sessão, não é necessário saber do caos pra deixar parir as estrelas, não precisamos de um instrumento pra entender um som, a vida já esta cheia de erros, pra quer somar erros tão atrozes, os homens continuam bárbaros e eu aqui, olhando-os passar, pois o tempo não sente, não fala, não tem sono, não delira, nem sente pena, nem medo, não sabe nada do amor, apenas nós que passamos por ele, imprensado na própria imagem que um dia partiu-se ao meio...

Céu
07/03/2010

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