29 de maio de 2010


RITUAL SELVAGEM
 
Recuso-me a olhar o céu como tu olhas,
Não posso nascer todos os dias,
Sai do casulo Oh! Virgem de pedra,
Sem Igrejas e sem reza, sem castelos,
Sem vela...
Enfeita-se de flores, frutas e animais silvestres!
O meu pólen prolifera mais que pó,
Quero tirar de mim os silêncios contidos,
Não irei ajoelhar-me em teu altar de pedras,
O que é luz,
Por onde adentra a escuridão,
Ontem passei lá na estrada antiga,
Vi quantos vagam ali desassossegados,
Vitima do próprio amanhecer,
Queria esta sonâmbula, 
Estática, 
 E muito bela!
Vadeando em minha própria sombra,
Quero ser outra vez a primeira encanação de mim!
Quando renasci dentro dos arbustos retorcidos,
Perene retrato vão da minha turva solidão,
Olhos desatentos,
Sorriso falso,
A cada passo mais um fracasso,
Livra-me Deus da suprema morte em pecados,
A mim que não descanso,
Imputas o veneno das horas,
Ao meu último pensamento,
Passo a passo cheio de horizontes e horizontes,
Ao som da mesma sinfonia jaz...

Céu
29/05/2010



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